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Contributos para um mundo mais sustentável: O equilíbrio da biosfera, os obstáculos à sustentabilidade e a importância da educação para uma identidade sustentável.

By Santos, Marco Pais, Neves dos, Dr.

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Book Id: WPLBN0100302777
Format Type: PDF eBook:
File Size: 2.31 MB
Reproduction Date: 16/07/2018

Title: Contributos para um mundo mais sustentável: O equilíbrio da biosfera, os obstáculos à sustentabilidade e a importância da educação para uma identidade sustentável.  
Author: Santos, Marco Pais, Neves dos, Dr.
Volume:
Language: Portuguese
Subject: Non Fiction, Social Sciences, Equilíbrio da biosfera; Sustentabilidade; Educação para o Desenvolvimento Sustentável; Desenvolvimento Social
Collections: Authors Community, Science
Historic
Publication Date:
2018
Publisher: Marco Pais Neves dos Santos
Member Page: Marco Pais Neves dos Santos

Citation

APA MLA Chicago

Marco Pais Neves Dos Santos, B. D. (2018). Contributos para um mundo mais sustentável: O equilíbrio da biosfera, os obstáculos à sustentabilidade e a importância da educação para uma identidade sustentável.. Retrieved from http://www.gutenberg.cc/


Description
“Sustentável” é algo que se pode sustentar, que se pode defender, suportar ou aguentar. A nossa forma atual de viver, altamente extractivista, predadora e consumista, lesiva à restante vida da Terra, não é moralmente defensável, muito menos se consegue aguentar, pelo que só pode ser classificada como insustentável. É este estado de coisas que é necessário alterar no imediato, porque disso depende o equilíbrio da biosfera e, consequentemente, a nossa sobrevivência. É sobre essa necessidade de mudança que vamos tratar no presente artigo, de forma muito concisa e seletiva porque as limitações de espaço assim o obrigam. Começaremos com uma breve contextualização histórico-evolutiva, que revela o quanto esta situação constitui uma preocupação para a humanidade (apesar de ainda não termos tido a capacidade e inteligência necessárias para a ultrapassar), para terminar com sugestões que permitem a todos nós adotar uma atitude mais digna de viver em sociedade.

Summary
APRESENTAÇÃO A sustentabilidade começou por ser um conceito teórico de expressão académica, e durante muito tempo assim permaneceu, mas hoje em dia é uma palavra que consta do vocabulário do comum dos cidadãos, muito utilizada no nosso quotidiano e geralmente associada, de forma redutora, à preservação ambiental (sustentabilidade ecológica). Mas o que significa? De forma simplista, pode-se definir como um postulado de que é possível utilizar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades sem comprometer a capacidade das gerações vindouras para satisfazerem as suas, e, simultaneamente, como uma tentativa de combinar as crescentes preocupações sobre determinadas questões ambientais com as questões socioeconómicas e de governança. O desenvolvimento sustentável há muito que deixou de se resumir à questão ecológica e passou a englobar as questões socioeconómicas e de governança, e muito bem, porque o desenvolvimento social tem diferentes significados e provoca uma multiplicidade de respostas humanas, objetivando estabelecer nas sociedades responsabilidades comuns, contudo diferenciadas, equidade intra - e intergeracional, justiça, participação e igualdade de género. Hoje é um conceito de elevada abrangência filosófica, social e política. Falar de sustentabilidade é falar de uma multiplicidade de temas e assuntos, nomeadamente alterações climáticas e energias limpas, saúde pública, exclusão social, alterações demográficas e migrações, gestão dos recursos naturais, transportes sustentáveis, pobreza no mundo e desafios do desenvolvimento. A expressão foi vulgarizada, com muitas consequências positivas mas também negativas, porque não poucas vezes se rotula de sustentável algo (ou alguma coisa) que na verdade nada tem de sustentável, como são as práticas empresariais de propaganda enganosa (greenwashing) adotadas por empresas empenhadas em desenvolver uma responsabilidade social empresarial perniciosa ou ilusória. Então, o que é ser sustentável? É um estado de espírito e de bem-estar que nos permite obviar ao consumismo extractivista e predatório introduzido e incentivado pelo capitalismo industrialista, e nos leva a enveredar por um modelo de vida em harmonia com o cosmos, traduzindo-se, na prática, pela valorização prioritária do capital natural face ao capital fabricado. Se quisermos, é o contrário do que acontece no modelo atual, escorado na importância atribuída à prosperidade consumista imediata. Hopwood et al. (2005) apresentam três abordagens da forma como podemos atuar para a sustentabilidade: (i) status quo (manter os padrões de consumo e operar algumas mudanças); (ii) reformista (manter a estrutura socioeconómica, mas elevar o conhecimento e a informação); e (iii) transformista (alterar a estrutura para evitar o colapso). Manter a situação atual não parece ser uma boa solução. Primeiro, porque é bastante débil e produtora de desequilíbrios; segundo, porque o modelo atual de crescimento parece não ter respostas nem interesse em alterar o status quo, pelo contrário, parece tentado em agravar a situação. A solução reformista, que poderia parecer a melhor, a mais confortável, também poderá não ser a mais indicada dadas as incertezas que a acompanham. A atitude transformista será então a mais indicada para adotarmos no quotidiano, e é urgente que a adotemos, porque só assim estaremos em condições de fazer uso da atitude e da agência (agency) necessárias para realizar alterações benignas e efetivar a polinização da ideia e do princípio da sustentabilidade, muito importante numa sociedade onde os problemas não são locais, são globais. O que, aliás, nos permitiria sermos mais dignos de viver em sociedade. É disso que trata esta pequena obra de leitura rápida, escrita numa uma linguagem acessível mas sem nunca perder de vista o rigor científico. Nela reuni seis artigos de minha autoria publicados em periódicos brasileiros, entre 2014 e 2016, e um resumo de um trabalho que realizei na unidade curricular de Ética e Cidadania Ambiental do curso de Mestrado em Cidadania Ambiental e Participação, na Universidade Aberta, no ano letivo de 2010/2011, cuja organização e composição foi norteada por dois objetivos nucleares. O primeiro tem a ver com a vontade de promover a divulgação destes artigos em maior escala, por abordarem temas diversos da pesquisa sobre a sustentabilidade nucleares para a sociedade atual, por ser este um conceito que trata as nossas relações morais com o mundo. O segundo tem a ver com a vontade de coligir numa única publicação e em suporte duradouro várias publicações avulsas, das quais quatro foram publicados numa revista entretanto descontinuada. A seguir apresento uma sinopse dos vários artigos que é possível ler nesta curta obra. No primeiro artigo, intitulado “Pelo equilíbrio da Biosfera”, faço uma concisa contextualização histórico-evolutiva das principais iniciativas internacionais tendentes a promover um mundo mais sustentável, abordo a questão da responsabilidade social empresarial (RSE), dando exemplos de greenwashing (lavagem verde, em português), e termino com sugestões que permitem a todos nós adotar uma atitude mais digna de viver em sociedade. No artigo seguinte, com o título: “Os grandes obstáculos à sustentabilidade. A fome e a miséria”, começo com uma contextualização histórica do tema da sustentabilidade, onde me permito concluir que esta é a primeira época da história em que a fome coexiste com o excesso e o desperdício de comida. De seguida abordo a questão do desperdício alimentar, através da análise do relatório da Institution of Mechanical Engineers e das estimativas da Food and Agriculture Organization (FAO) e do World Resources Institute, que dão conta de que ⅓ dos alimentos produzidos a nível mundial não chegam ao consumidor, e de que entre 25% e 33% da comida confecionada é desperdiçada. Por fim, passo revista às principais obras já publicadas que relacionam o crescimento populacional com os recursos naturais disponíveis, introduzo a figura da pegada ecológica, abordo o flagelo da fome e a importância da luta contra o mesmo, dando destaque à Declaração do Milénio e aos Objetivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM). Por fim, aponto a necessidade de as sociedades da tecnologia e do conhecimento, alfabetizadas e que vivem em democracia, procederem a uma reflexão introspetiva sobre o seu modelo de crescimento, ambientalmente destrutivo e causador de assimetrias sociais regionais e globais. No terceiro artigo, dedicado à educação, abordo “A importância da relação dos filhos com os pais na construção da identidade, contribuindo para a sustentabilidade”. Começo por trabalhar o conceito de identidade na perspetiva de vários autores da psicologia, de seguida enfatizo o papel dos pais no desenvolvimento da identidade dos seus filhos, pois é na família que se dá a socialização primária, onde são transmitidas regras, normas, valores e comportamentos, e concluo alertando para a necessidade de todos nós envidarmos esforços com vista à adoção de uma nova filosofia de vida, de uma nova maneira de viver, ou seja, de um modelo efetivo de educação para o desenvolvimento sustentável que tem de ser um processo permanente e inesgotável. A socialização primária é muito importante para o desenvolvimento de uma identidade sustentável, porque os pais têm efetivamente uma grande influência nas atitudes e comportamentos dos seus filhos. Não tenhamos dúvidas: não há futuro sem educação e sem uma efetiva alfabetização ecológica, especialmente quando as questões relacionadas com o ambiente têm vindo a adquirir uma grande importância no mundo e na sociedade. No quarto artigo, centrado na promoção da educação ambiental, na educação para a mudança e para a democracia, apresento um caso de estudo – a Associação Cultural Moinho da Juventude (ACMJ) e o seu trabalho junto dos habitantes do Bairro do Alto da Cova da Moura (Amadora/Portugal). Começo por referir como se pode educar para a mudança e para a democracia, de acordo com as indicações do Professor Hermano Carmo, salientando que para essa aprendizagem ser bem-sucedida é fundamental que exista nos cidadãos capacidade crítica e vontade de participar, e concluo com o exemplo da ACMJ, que realiza um trabalho notável na área da educação para a sustentabilidade, aproximando as preocupações económicas, sociais, culturais e ambientais das preocupações de governança. No quinto artigo, acerca dos movimentos de cidadania ambiental, abordamos o movimento dos povos da floresta Amazónia, em especial a luta dos seringueiros do Acre. Destacamos o trabalho de Chico Mendes, na defesa da reserva extrativista, na luta contra o desmatamento e na autodefesa dos seringueiros. Os povos da floresta defendem que cada um de nós é parte integrante de um ecossistema mundial que deve ser protegido, e que o nosso futuro depende da vontade individual em abraçar o desafio conjunto de agir de forma responsável. Todos devemos participar ativamente neste processo de desenvolvimento, inserindo-nos em movimentos de cidadania ativa e participativa, adotando novas regras de reciprocidade e de responsabilidade, para um mundo melhor e mais sustentável. O sexto artigo, na área da botânica, é dedicado à paisagem e intitula-se “O Jardim Botânico da Ajuda (Lisboa/Portugal)”. Começo por referir a importância dos jardins botânicos enquanto centros de conservação e formação e respeitados “laboratórios da natureza”, para depois explorar o processo de construção do Jardim Botânico da Ajuda, a sua configuração arquitetónica, espólio, valências e função pedagógica, o que acredito ser um justo reconhecimento de uma instituição que no século XVIII foi pioneira no desenvolvimento da História Natural em Portugal, onde se aprendia e se ensinava, e de onde saíam preciosas indicações para a economia do país. Concluo apresentando os propósitos estruturantes que hodiernamente moldam a sua iniciativa, a investigação científica, a conservação, a educação ambiental e o lazer, e sugiro a sua visita. O sétimo artigo, na área da biologia, é dedicado a uma flor muito especial – a Amorphophallus titanum (ou flor-cadáver) - e intitula-se A maior flor (ou melhor, inflorescência) do Mundo! Começo por abordar o que são as flores, como se distinguem pelas suas características intrínsecas e pelas suas dimensões, e a sua importância para os mundos natural e cultural. A seguir, foco a flor-cadáver, referindo o seu nome científico e comum, estado de conservação, habitat, principais usos, riscos conhecidos e taxonomia. Concluo que é uma planta solitária, de difícil cultivo fora do seu habitat natural, que está classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Seus Recursos (UICN), e que se caracteriza pelo cheiro nauseabundo em floração, que é rara e imprevisível, e pela sua grande estrutura. Os assuntos por serem todos relacionados com a macro categoria da sustentabilidade, permitiram que intitulasse de “Contributos para um mundo mais sustentável” este feixe de estudos, de forma despretensiosa e leve. Espero que a leitura seja aprazível. Marco Pais Neves dos Santos Mem Martins, 1 de maio de 2018

Excerpt
https://www.amazon.com/Contributos-para-mundo-mais-sustent%C3%A1vel/dp/1983315168

Table of Contents
Apresentação. 7 1 Pelo equilíbrio da Biosfera. 15 2 Os grandes obstáculos à sustentabilidade. A fome e a miséria. 29 3 A importância da relação dos filhos com os pais na construção da identidade, contribuindo para a sustentabilidade. 47 4 Promoção da educação ambiental. O caso da Associação Cultural Moinho da Juventude e do seu trabalho junto dos habitantes do Bairro do Alto da Cova da Moura (Amadora/Portugal). 59 5 Movimentos de Cidadania Ambiental. O movimento dos povos da floresta Amazónica. 73 6 O Jardim Botânico da Ajuda (Lisboa/Portugal). 85 7 A maior flor (ou melhor, inflorescência) do Mundo! 93 Breve nota biográfica 103

 
 



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